A tentativa de golpe no Butão

Um sério problema (não mencionado na carta “As presas do mangusto”) que surgiu no começo dos anos 1970 foi “a assim chamada conspiração tibetana, organizada pelo irmão do Dalai Lama [Gyalo Dondrub, ou Thondup]” para derrubar o governo do Butão.311

Entre quatro e seis mil refugiados tibetanos escolheram se estabelecer nesse minúsculo país que é geografica, étnica e culturalmente similar ao Tibete. No começo esses tibetanos foram calorosamente recebidos, mas, em 1973, mais de trinta pessoas, vinte e duas delas importantes refugiados tibetanos, foram presos pelas autoridades butanesas como resposta ao alegado plano para assassinar o jovem rei butanês alguns meses antes de sua coroação oficial. Dentre os presos, encontrava-se o representante pessoal do Dalai Lama no Butão, Lhading.312

Derek Davies, enviado do Far Eastern Economic Review, escreveu que, por detrás do grupo que planejou o assassinato,

(…) alega-se que esteja a fi a sinistra do irmão do Dalai Lama, Gyalo Thondup, que coordena um grupo de tibetanos refugiados assentados em Darjeeling, na Índia. Fontes fidedignas relatam que o grupo realiza incursões através dos vales do Himalaia pelo Sikkim dentro da província chinesa do Tibete.313

Com o envolvimento tanto de Gyalo Dondrub como do representante pessoal do Dalai Lama na tentativa de golpe, não parece razoável perguntar que papel o próprio Dalai Lama exerceu nele?