O fascinio do Dalai Lama pela guerra e pelo Nazismo

Conhecido como um campeão da não violência, o Dalai Lama revelou um lado chocante de si próprio numa entrevista concedida ao New York Times em 1993:

Dalai Lama: A guerra – sem um exército, matando o menor contingente possível de pessoas – é admissível (…).
New York Times: Você disse que matar algumas vezes é aceitável?Dalai Lama: Relativamente.322

Mais tarde, em outra entrevista, perguntaram-lhe o que ele fazia para relaxar. A resposta é assombrosa.

Dalai Lama: Eu gosto de ver livros de fotos da Segunda Guerra Mundial. Tenho alguns que acredito terem sido feitos pela Time-Life. Acabei de encomendar um novo conjunto. Trinta livros (…). Acho muitas das máquinas de violência muito atraentes. Tanques, aeronaves, navios de guerra, especialmente porta-aviões. E também os U-boots alemães, submarinos (…).323

O Dalai Lama teve muitas oportunidades de conhecer mais sobre o maquinário do regime nazista; quando criança ele ficou sob a tutela de Heinrich Harrer – um antigo sargento da SS, grupo de soldados mais leais a Hitler – que no Tibete por alguns anos ensinou o jovem Dalai Lama sobre o mundo exterior antes da invasão chinesa.324 Heinrich Harrer gozou da fama que seu livro Sete Anos no Tibete lhe conferiu, mas ocultou seu passado nazista. Quando Disney transformou em filme o livro, jornalistas descobriram seus segredos obscuros. Harrer diminuiu a importância que ele próprio desempenhou na SS, mas o livro de Gerald Lehner, Entre Hitler e os Himalaias, disponibiliza uma versão completa dos eventos.325

De fato, durante toda a sua vida o Dalai Lama manteve contato direto com muitos nazistas, inclusive com Bruno Beger, que foi condenado pela sua “pesquisa científica”, em Auchwitz326, e Miguel Serrano, chefe do partido nazista no Chile e autor de vários livros que elevavam Hitler a um status de deus.327
A despeito de sua suposta onisciência, seria possível perdoar ao Dalai Lama por não ter conhecimento dos pontos de vista pervertidos dessas pessoas quando ele as encontrou pela primeira vez, já que cada uma delas tentou ocultar seu passado negro. Contudo, mesmo após terem sido expostas, o Dalai Lama não se distanciou dessas pessoas ou de seus pontos de vista.

Por exemplo, enquanto trabalhava como embaixador do Chile, Miguel Serrano manteve silêncio sobre o fato de considerar Hitler como um deus na terra, mas, mesmo depois que ele publicou livros expondo seu ponto de vista, em 1978, o Dalai Lama manteve uma amizade pessoal próxima, tendo encontros privados com ele em 1984 e 1992.328
Em 2006 e 2007, o Dalai Lama deu publicamente a Jorg Haider suas bênçãos com um cachecol cerimonial branco (Katag). Haider havia sido o líder do Partido de Extrema Direita Austríaco (FPÖ) e conhecido por admitir publicamente seu apreço pela política dos nazistas alemães. Tanto é assim que, quando seu partido entrou para a coalizão no governo da Áustria, a União Européia impôs um boicote diplomático a esse país por causa das ideias extremistas do FPÖ.329

Por conseguinte, até onde vai o apreço pelo regime nazista? A revista alemã Stern relata alguns comentários que ele fez durante um ensinamento em Nuremberg (o local onde houve as maiores concentrações do partido nazista em 1930) em 2008:

O Dalai Lama cumprimentou as multidões com seu adorável movimento infantil de mãos, mas seu discurso na prefeitura deixou as pessoas boquiabertas (…).
Ele relembrou ter visto Nuremberg em fotografias quando ele ainda era uma criança. “Muito atraente” com “generais e armas” e com “Adolf Hitler e Hermann Goering”.
Alguns dos presentes pareceram fi envergonhados, outros ficaram “alienados por alguns segundos”. O Prefeito de Nuremberg, Ulrich Maly, referiu-se a esse acontecimento como um “momento de choque.”330

Stern ponderou que:

(…) a corte tibetana costumava ter laços próximos com o regime nazista, expedições da SS eram bem-vindas em Lhasa com todas as honras. Até os dias de hoje, Sua Santidade nunca se distanciou desses relacionamentos inglórios.331