Capítulo 3

Um ditador

Como um ditador, o atual falso Dalai Lama exerce total controle sobre as vidas religiosa e secular dentro da comunidade tibetana no exílio. Uma das suas principais ações ditatoriais foi expulsar praticantes tibetanos Shugden da comunidade budista, alegando que eles não são budistas, porque praticam Dorje Shugden, que ele acredita ser um espírito maligno; ao mesmo tempo ele está se preparando para remover praticantes Shugden ocidentais da comunidade budista pela mesma razão. Com descarada discriminação religiosa e visão extremista, ele já expulsou milhares de praticantes Shugden da sociedade tibetana. Não satisfeito com isso, ordenou a coleta de declarações assinadas de tibetanos no Oriente e Ocidente, atestando que eles abandonarão ou nunca mais se engajarão na prática de Dorje Shugden e que eles não ajudarão material ou espiritualmente nem manterão nenhuma conexão com alguém que se engaja na prática de Dorje Shugden.

Seu objetivo ao coletar tais declarações assinadas é proteger sua própria reputação, alegando que ele não está indo contra a lei, mas simplesmente agindo de acordo com o desejo de seu povo. Suas ações de discriminação religiosa são violações aos direitos humanos básicos e desafiam os princípios da democracia. Tudo isso é sua própria responsabilidade, não culpa de outras pessoas. Ao culpar os outros pela sua própria transgressão à lei, ele está tentando enganar as pessoas. Muitos assinaram essa declaração simplesmente por medo de serem punidos caso não o fizessem. Essas punições foram abertamente mostradas em muitos jornais. Muitos outros assinaram, porque apoiam o Dalai Lama e tentam preservar sua reputação.

No dia 29 de fevereiro de 2008, a Associação Shugden do Ocidente pediu ao Dalai Lama que mostrasse evidências de que Shugden é um espírito mau, dizendo:

“Se você não estiver contando mentiras e possuir evidências válidas que apoiem suas ações, você deveria mostrá-las publicamente e você deveria fazê-lo pessoalmente, não através do grupo de pessoas atrás das quais você se esconde e as quais você usa para fazer todo o seu trabalho sujo”.

O Dalai Lama não respondeu. Seu silêncio prova que ele está mentindo e não tem evidências válidas.

Para satisfazer o desejo desse falso Dalai Lama de excluir todos os praticantes Shugden do universo da comunidade budista, Robert Thurman afirmou publicamente que praticantes Shugden são “o talibã do budismo tibetano” e também que os praticantes Shugden estão trabalhando para os chineses. Para esclarecer este ponto, a Associação Shugden do Ocidente escreveu a seguinte carta aberta dirigida a ele:

10 de Setembro de 2008 Carta aberta a
Robert Thurman,

Nós, a Associação Shugden do Ocidente, estamos escrevendo esta carta relativa ao seu anterior depoimento público, dizendo que praticantes Shugden são sectários, chamando-os de “os talibãs do budismo” e também afirmando que os manifestantes da Associação Shugden do Ocidente “estão trabalhando para os chineses”.

Como você sabe, os Shugden querem praticar a Tradição Gelug puramente, sem misturá-la com a Tradição Nyingma. Por essa razão o Dalai Lama disse aos shugdenpas que eles são sectários. Na verdade, os nyingmapas também querem praticar a Tradição Nyingma puramente sem misturá-la com a Tradição Gelug; o mesmo vale para os sakyapas e os kagyupas. Portanto, de acordo com a visão do Dalai Lama, os nyingmapas, sakyapas e kagyupas também seriam sectários, mas ele somente diz que os shugdenpas são sectários. Na realidade, ele está mentindo.

Se você, Robert Thurman, não estiver mentindo, então deve mostrar evidências que provem a veracidade de suas alegações públicas: que os shugdenpas são sectários, “os talibãs do budismo”, como você mesmo os chamou, e que a Associação Shugden do Ocidente está a serviço dos chineses. Você deve apresentar suas provas publicamente, através da internet antes do dia 25 de outubro 2008. Se suas provas não aparecerem até essa data, vamos concluir que você mentiu publicamente e está enganando as pessoas.

Atenciosamente,
Associação Shugden do Ocidente

A Associação Shugden do Ocidente não recebeu nenhuma resposta de Robert Thurman. Novamente, seu silêncio indica que suas afirmações são mentiras.

Desde 1996, o Dalai Lama tem afirmado publicamente muitas e muitas vezes que a prática de Dorje Shugden está prejudicando sua vida e a causa da independência tibetana. Graças à sua fé cega no Dalai Lama, muitos tibetanos acreditam no que ele diz, sem investigar a verdade. Consequentemente ficaram extremamente raivosos com os praticantes Shugden e tentaram expulsá-los da sociedade tibetana através de diferentes métodos. Esses métodos incluíram humilhação pública, atos de provocação, intimidação e ameaças; demissão de praticantes Shugden de seus empregos e cargos, recusa de prestação de serviço, difusão de mentiras e manipulação de opinião pública contra eles; impedimento de outras pessoas de relacionarem-se espiritual e materialmente com eles; retirada de suprimentos essenciais de monges que fazem a prática de Shugden, proibindo-os de assistir a aulas e a cerimônias em seus monastérios, e coagindo-os a assinar promessas de que irão abandonar a prática de Dorje Shugden. Através dos atos de discriminação religiosa do Dalai Lama, muitos tibetanos em todo o mundo estão agora divididos entre os que aceitam o que ele diz com respeito a Dorje Shugden, sentindo-se consequentemente com raiva dos praticantes Shugden, e aqueles que rejeitam o que ele diz e que estão, por conseguinte, passando por grande sofrimento dentro de suas comunidades. Essa situação repete-se por todo mundo, tanto no Ocidente como no Oriente. A totalidade da comunidade tibetana perdeu sua autoconfiança, paz e harmonia e está passando por uma situação muito perigosa. A única fonte de todos esses problemas é o próprio Dalai Lama. Através de sua polítita destrutiva, a Tradição Gelug dividiu-se entre aqueles que seguem sua visão e acreditam que Shugden é um espírito maligno, e aqueles que acreditam que Shugden é um Buda da Sabedoria.

Dessa forma, os gelugpas perderam sua confiança, paz, harmonia, bem como suas práticas espirituais comunitárias, e estão correndo muito perigo. Por causa de outras ações do Dalai Lama, os kagyupas estão também divididos em dois grupos e também perderam sua confi nça, paz, harmonia e práticas espirituais comunitárias (ver Capítulo 11: O Caso Karmapa).

Por muitos anos o Dalai Lama repetidamente disse que não buscava a independência tibetana e que não estava fazendo nada para promovê-la; ainda assim, em 2008, ele repentinamente organizou manifestações no Tibete contra a China, com essa finalidade. Embora as manifestações almejassem constranger os chineses no ano em que os jogos olímpicos foram ali sediados, as cenas amplamente divulgadas de monges budistas envolvidos em saques e violência levaram o budismo ao descrédito. O Dalai Lama desfruta da vida em seu luxuoso palácio na Índia, enquanto os pobres tibetanos passam por grande sofrimento e situações de perigo. Suas ações sem sentido causaram muito sofrimento e perigo para os tibetanos que vivem no Tibete, destruindo, novamente, sua autoconfiança, paz e harmonia.

Tão logo ele chegou à Índia como refugiado, em 1959, elaborou planos para transformar as quatro tradições do budismo tibetano – Nyingma, Sakya, Kagyu e Gelug – em uma única tradição. Esse foi seu método para destruir as puras linhagens dos nyingma, sakya e gelug e transformar-se no líder de todas elas, estabelecendo uma nova tradição com elementos de todas. Dessa forma, ele almejava obter total poder sobre a sociedade tibetana, nos níveis espiritual, político e material.

Nessa época, o Tso Kha Chusum (Treze Grupos de Tibetanos) opôs-se aos seus planos e por causa disso a comunidade tibetana por muitos anos perdeu sua harmonia e paz. Em 1977, o líder dos Treze Grupos, Gungtang Tsultrim, foi assassinado (ver Capítulo 11: O Assassinato de Gungtang Tsultrim). É comumente aceito que o assassino foi contratado por pessoas a serviço do Dalai Lama, em particular pelo notório irmão do Dalai Lama, Gyalo Dondrub (ver Capítulo 11: O Irmão do Dalai Lama, Gyalo Dondrub). Mais tarde, outro importante membro dos Treze Grupos também morreu subitamente e em circunstâncias suspeitas, novamente levando muitas pessoas a acreditarem que a organização por detrás do Dalai Lama tivesse causado suas mortes. É dito que existe uma organização secreta localizada em Nova Déli dirigida pelo seu notório irmão, cuja função é ameaçar, destruir a reputação e até matar aqueles que se opõem aos planos do Dalai Lama.

Embora o Dalai Lama tenha recebido uma educação avançada na doutrina budista de seu bondoso professor e Guru-raiz, Trijang Rinpoche, que era dententor da linhagem dos ensinamentos de Je Tsongkhapa, depois de sua chegada à Índia, seu comportamento para com seu professor mudou de forma lamentável. Ele atuou continuamente contra as intenções de seu professor e trabalhou arduamente para destruir a tradição espiritual de Trijang Rinpoche, a pura tradição da doutrina de Je Tsongkhapa.

Desde 1996, praticantes Shugden por todo Tibete, Índia e Nepal têm sofrido porque muitos tibetanos seguiram a visão do Dalai Lama e adotaram a crença de que praticantes Shugden são seus inimigos. Tanto na Índia como no Tibete, muitos templos Shugden, altares, estátuas, pinturas e textos foram ilegalmente destruídos e muitos monges foram expulsos de seus monastérios. Seguindo as ordens do Dalai Lama, as autoridades dentro dos monastérios e assentamentos tibetanos estão fazendo esforços contínuos para expulsar todos que têm devoção por Trijang Rinpoche e que cultivam a prática de Dorje Shugden. Dessa forma, o Dalai Lama tem causado grande dor e sofrimento a milhões de pessoas.

Fica muito evidente que todas essas situações nefastas se desenvolveram através do poder das ações maldosas do Dalai Lama. Por decreto ditatorial, ele tem causado grande sofrimento a muitas pessoas em todo o mundo, ameaçando a continuidade de linhagens puras da prática budista. Além disso, tem criado profundas divisões na comunidade budista e transformado a causa da independência tibetana em algo sem esperanças, já que destruiu a confiança interna, paz e harmonia do povo tibetano.