O décimo terceiro Dalai Lama

O “Grande Décimo Terceiro” assumiu o poder em 1895, aos dezenove anos de idade e governaria em um período de grande turbulência política no Tibete. Sir Charles Bell, um diplomata britânico, amigo e confidente do Décimo Terceiro Dalai Lama, comenta que, nos primeiros anos da liderança do Dalai Lama, foi a devoção do seu povo que o manteve frente às questões internas de estado:

Mas em política exterior ele tinha de ficar de pé por si só. Sua ignorância o levou por um mau caminho e sua impetuosidade e determinação ferrenhas, que sempre eram ingredientes fortes de sua personalidade, levaram-no ainda mais longe na estrada que o conduziu ao total desastre.
(…) Sua ignorância sobre como as coisas realmente eram feitas fora de seu território isolado era patética.90

Preocupados com a crescente conexão com a Rússia, o que era aparente naquela época, e interessados em expandir sua própria influência colonial, os britânicos invadiram o Tibete em 1904. O jovem Dalai Lama fugiu dos invasores, escapando pelo norte até a China, onde permaneceu no exílio por quatro anos.
Em Beijing, a Imperatriz Dowager concedeu uma audiência ao Décimo Terceiro Dalai Lama. Ele foi obrigado a se ajoelhar diante dela e recebeu o humilhante título de “Nosso Leal e Submisso Vice-Regente”. Como diz Goldstein:

Os chineses deixaram bastante claro para o 13.º Dalai Lama que ele era um súdito do imperador e que sua posição no Tibete dependia da boa vontade daquele. Para o extremamente orgulhoso Dalai Lama isso deve ter sido uma experiência muito humilhante.91

Ainda desconfiada dele, a China enviou um exército de sete mil homens para o Tibete, para assegurar sua conformidade. Depois de participar do funeral do imperador, o Dalai Lama retornou ao Tibete, mas sua estada em seu país seria curta, pois, dois meses após sua chegada, a tropa chinesa invadiu Lhasa. O Dalai Lama, dessa vez, fugiu para o sul da Índia e ele foi deposto através de um decreto oficial de Beijing, algumas semanas mais tarde.92

Na Índia, seus antigos inimigos, os ingleses, trataram-no bem, mas se recusaram a ajudá-lo a recuperar a independência93. Então, desde o exílio em Kalimong, o Dalai Lama organizou uma guerra clandestina no Tibete para lutar contra os chineses. Esse ministério se comunicava diretamente com ele em Kalimong e era responsável por comprar armas e recrutar soldados tibetanos. Até mesmo o Kashag foi deixado às escuras com relação às suas atividades.94
Depois disso, uma guerra civil eclodiu na China e o exército chinês saiu do Tibete em 1912. O historiador tibetano K. Dhondup descreve a cena na “cidade sagrada” de Lhasa naquele período:

Os monges dos três principais monastérios e a população local, incluindo os ferozes Banagshol Khampas, uniram-se ao exército tibetano tendo como armas apenas pedras, espadas e lanças (…). As ruas de Lhasa estavam cobertas de corpos de homens, cachorros, burros e cavalos (…). Cada lado exibia as cabeças e mãos amputadas do outro lado para se desanimarem mutuamente.95

Os tibetanos suspeitos de haverem colaborado com os chineses foram vítimas de maus-tratos, inclusive alguns membros do Kashag, que foram baleados. O Kashag deixou de existir e o Ministério da Guerra tornou-se soberano, com comunicação direta com o Dalai Lama em Darjeeling.96 Através de Sir Charles Bell, os britânicos proibiram o Dalai Lama de matar os chineses remanescentes no Tibete.

O Dalai Lama ficou estupefato e com raiva diante disso (…) ele afirmou peremptoriamente que se os soldados chineses podiam matar para dominar o Tibete, os tibetanos podiam e deviam pegar em armas para defender o Tibete.97

Ao escrever sobre seu retorno a Lhasa em 1931, o Dalai Lama diz: “Foram realizados serviços religiosos em nome da fé e dos assuntos seculares de estado. Isso assegurou o pleno amadurecimento das ações maldosas dos inimigos e como consequência (…)”, fazendo referência à revolução chinesa, “uma comoção interna foi desencadeada nesse país e as circunstâncias mudaram”.98 Sua primeira tarefa ao retornar para casa foi condecorar os heróis de batalha e punir os colaboradores. Monges culpados foram banidos para o exílio e o Monastério Tengyeling, que era partidário da China, foi fechado para sempre.99
Bell relata que o Dalai Lama recebeu críticas de alguns tibetanos por causa de suas atividades militares e ele cita o jovem príncipe do Sikkim: “É pecado para um budista fazer parte da destruição da vida, um grande pecado para um lama e um terrível pecado para o mais elevado de todos os lamas”100. Novamente, isso só mostra a natureza da Política do Lama governante: o Décimo Terceiro Dalai Lama era um monge budista ordenado, que tinha o compromisso de não prejudicar os outros, inclusive não matar e não causar sofrimento às pessoas. Foi dessa maneira que ele, então, atuou diretamente contra as regras espirituais do budismo. Como no caso do Grande Quinto, isso é um exemplo vergonhoso para o universo de um monge budista que detém a posição de um elevado lama, um suposto ser sagrado.

Nos anos subsequentes à expulsão dos chineses, o Dalai Lama tornou-se cada vez mais ávido pela total independência do Tibete. Ele modernizou certos aspectos da sociedade tibetana, aumentou o número de soldados e importou equipamento militar. Ele se esforçou para demonstrar que o Tibete era independente da China e tentou fomentar relações com o resto do mundo. No entanto, suas aspirações militares esbarraram em grande resistência, primeiro por parte da aristocracia tibetana e depois por parte da instuição monástica. Essa questão criou uma cisão entre o Dalai Lama e o Panchen Lama, em especial porque o exército tibetano iria ser fi anciado por impostos de estado e uma grande parte desses impostos recaía sobre o Monastério Tashi Lhunpo, a sede do Panchen Lama. Como resultado dessa cisão, em 1923 o Panchen Lama abruptamente deixou o Tibete e foi para a China.101

Por toda a sua vida, o Décimo Terceiro Dalai Lama seguiu os conselhos e predições equivocadas do oráculo do estado Nechung, (ver Capítulo 8), incluindo aqueles relativos à prática de Dorje Shugden. Durante o período entre a morte do Quinto Dalai Lama até a época do Décimo Terceiro Dalai Lama, a prática de Dorje Shugden floresceu em todo o Tibete. Era igualmente popular nos monastérios e nas as comunidades leigas. Motivado por ciúmes e sem apresentar nenhuma razão válida, o médium do espírito Nechung, o oráculo Nechung, disse ao Décimo Terceiro Dalai Lama que a prática de Dorje Shugden era prejudicial para as atividades do governo tibetano.

Uma vez mais, por causa do apego ao poder governamental e sem nenhuma evidência válida, a prática espiritual de Dorje Shugden foi rejeitada por um Dalai Lama.
Durante a época do Décimo Terceiro Dalai Lama, Kyabje Je Phabonkhapa foi o mais famoso e influente lama que se dedicou de forma prática a difundir a doutrina do Buda da Sabedoria, Je Tsongkhapa, por todo o Tibete. É comumente sabido que o Décimo Terceiro Dalai Lama disse a Je Phabongkhapa que parasse de promover a prática de Dorje Shugden, mas que, não obstante, este continuou a fazê-lo. Um dia, um ministro de governo, que também era discípulo de Je Phabongkhapa transmitiu- lhe uma informação secreta de que o Décimo Terceiro Dalai Lama planejava encarcerá-lo, caso ele não parasse de difundir a prática de Dorje Shugden. Para impedir seus discípulos de se tornarem desencorajados, o que aconteceria caso fosse preso, Je Phabongkhapa foi ver o Dalai Lama, pediu desculpas diante dele e prometeu não mais difundir a prática de Dorje Shugden. Desse período até a morte do Décimo Terceiro Dalai Lama, todos os praticantes de Dorje Shugden, inclusive Je Phabongkhapa, foram obrigados a realizar sua prática em segredo.

Durante toda a época do Décimo Terceiro Dalai Lama, muitos jornalistas estrangeiros, funcionários de governos e exploradores visitaram o Tibete e ficaram atônitos com as atrocidades que encontraram no lugar do suposto Shangri-la. Eles publicaram relatos do que viram e a partir dessas obras podemos ter uma visão mais precisa da brutalidade da teocracia e do papel desempenhado pelo Décimo Terceiro Dalai Lama nela.

Em 1882, em seu caminho para Lhasa, Sarat Chandra Das, um erudito indiano, observou horrorizado “num mercado de Tashi Lhunpo, um grupo de prisioneiros amarrados com correntes, atados pelo pescoço numa canga de madeira e em alguns casos cegados”.102

A visita ao Tibete de Sarat Chandra Das foi organizada pelo Lama Sinchen [ou Senchen], que era governador de Tsang. Quando foi revelado que Chandra Das era de fato um espião trabalhando para o governo britânico, seu anfitrião foi julgado culpado pelo governo de Lhasa, mesmo não tendo conhecimento prévio de nada disso.

Visitaram Lama Sinchen cheios de raiva e ameaçadoramente. Seus servos foram levados – todos menos um – e apanharam; suas mãos e pés foram decepados, seus olhos foram arrancados e eles foram abandonados para morrer nas ruas de Tashi Lhunpo (…). Uma mensagem foi recebida de Lhasa dizendo que Sinchen Lama devia cometer suicídio. Ele recusou-se a fazê-lo (…). Essa resposta produziu o efeito de outro pedido peremptório de que o lama deveria infringir um violento castigo sobre si mesmo. O lama não respondeu (…).A partir de então a exasperação aumentou em Lhasa. Eles enviaram um homem perverso, um muçulmano da Kashemira, (…) e o Lama Sinchen foi decapitado. Entretanto, isso não foi tudo. Tendo destruído seu corpo, a hierarquia em Lhasa passou a aniquilar sua alma. Nenhuma reencarnação posterior do Lama Sinchen foi reconhecida daquele dia em diante.103

Durante o mandato do Décimo Terceiro Dalai Lama ninguém, não importando o escalão, escapava desse tipo de brutalidade, que se estendia até a membros inocentes da família das pessoas perseguidas. Goldstein cita o exemplo do regente Demo Rinpoche, que foi atirado dentro de uma cela e assassinado segundo ordens do Décimo Terceiro quando o oráculo Nechung supostamente descubriu um plano do regente para recuperar seu antigo poder.104

Como o Dalai Lama tratou os supostos conspiradores? Seu amigo e confidente, Sir Charles Bell relata seus destinos:

Bambus afiados foram enfiados debaixo de suas unhas, uma punição introduzida no Tibete pelos manchus. Eram açoitados com varas de salgueiro nas costas e nádegas desnudas, cada um recebendo centenas de chicotadas ou mais (…). Muitos parentes também eram punidos, dentre os quais a esposa de Joia da Longevidade [Norbu Tsering]. Ela era uma das filhas de uma família de nobres da Pedra Longa (…). Mas, a despeito de seu nascimento elevado, ela foi açoitada e obrigada a ficar todos os dias, durante uma semana, assentada numa das principais ruas de Lhasa com seus pulsos acorrentados e portando uma pesada tábua ao redor do pescoço. Posteriormente ela foi exilada.105

Nenhuma suspeita jamais foi levantada de que a esposa de Joia da Longevidade havia tido qualquer participação na alegada conspiração. Contudo, Bell explica que até mesmo uma testemunha podia ser torturada no sistema de justiça medieval controlado pelo Dalai Lama:

O código criminal tibetano é drástico. Além de multas e prisão, açoitamentos são frequentes, não só para pessoas depois de serem condenadas por um delito, mas também durante o curso do julgamento para pessoas acusadas e até para testemunhas. Para delitos mais graves, usa-se o pelourinho bem como a canga, uma pesada tábua de madeira que se coloca ao redor do pescoço. Correntes de ferro são colocadas nas pernas de assassinos e ladrões inveterados. Para os delitos muito sérios ou recorrentes, tais como assassinato, roubo violento, roubo repetido, ou casos graves de falsificação, as mãos podem ser mutiladas na altura do pulso, o nariz arrancado, ou até mesmo os olhos podem ser extirpados, essa última punição mais usada para crimes políticos hediondos. Em épocas anteriores, os condenados por assassinato eram colocados dentro de sacos de couro que eram costurados e lançados em um rio.106

Sumariando o que havia presenciado, o escritor inglês Perceval Landon, que viajou pelo Tibete durante 1903-04, escreveu que “o governo do Décimo Terceiro Dalai Lama foi marcado por numerosas proibições, desterros, prisões e torturas. Nem a vida, nem a propriedade eram seguras em nenhum momento”.107

Até uma manifestação terrena de Avalokiteshvara é capaz de levar as coisas muito longe. Rancores e escândalos, embora bem reprimidos, por fim acabam por vir à tona (…). Em Lhasa, sob a sombra das árvores do Palácio, as pessoas falavam pouco e em voz baixa, mas em Tashi Lhunpo e em Shigatse, longe das intrigas de Lhasa e da influência aplastadora dos três monastérios, havia menos reticência e muitas histórias eram contadas dos procedimentos despóticos e das ações cruéis do ausente Dalai Lama.108

Durante seu reinado, o Dalai Lama ordenou pessoalmente que deviam ser impostas punições aos delitos graves. Sir Charles Bell explica o processo pelo qual se escolhia o tipo de punição a ser executada:

Por exemplo, no caso de uma revolta ou outro distúrbio, o tribunal eclesiástico elege um oficial e o Gabinete elege outro dentre os leigos e ambos abrem um inquérito sobre as razões da revolta e o tipo de punição a ser imposta. Seus nomes são então enviados para o Dalai Lama para que este dê sua aprovação. Deve existir acordo em suas investigações, não sendo permitida nenhuma divergência de opiniões; o mais forte é o que ganha. Depois eles enviam um relatório ao gabinete que faz propostas alternativas e envia seu relatório ao Primeiro Ministro. O Dalai Lama imprime suas digitais com tinta vermelha do lado do mandato que aprovou.109

Parece adequado que alguém com tanto sangue nas mãos sele o destino dos outros com uma impressão digital vermelha.
É totalmente inadequado que qualquer monge budista, e especialmente para um que possua a reputação de ser a corporificação da compaixão de todos os Budas (Avalokiteshvara), acreditar que tortura e execução são inevitáveis.110 Bell relatou: “devemos admitir que as punições infligidas aos piores delinquentes eram, de acordo com os padrões ocidentais, quase piores que a morte.111

Numa interpretação pervertida da lei do carma (as ações e seus efeitos), o Dalai Lama e seus funcionários pensavam que infligindo açoites evitavam a ação de matar, contanto que mantivessem a vítima viva até a última chibatada, mesmo que a vítima morresse, depois, em decorência do espancamento. Como o prefeito de Lhasa disse ao jornalista Alan Winnington em 1950:

Mesmo que se aplicasse a sentença de morte (…) era de uma forma que ninguém fosse responsável pela morte: jogando a pessoa de um precipício ou costurando-a dentro de uma pele de iaque e atirando-a num rio. Sentenças mais leves eram a amputação de uma mão, ambas as mãos, uma perna ou ambas as pernas, sendo que os tocos eram esterelizados com manteiga fervente (…). Depende da situação. No caso do chicote pesado, por exemplo, se a pessoa recebesse 300 chibatadas bem-aplicadas com quase toda certeza morreria depois. Os castigos mais comuns eram o açoite, a canga (um pelourinho portátil) e o exílio.112

Como relata Grunfeld:

Uma cidadã britânica que visitou Gyantse em 1922 testemunhou uma sessão de açoites pública e relatou que a vítima foi forçada a passar a noite exposta e amarrada de cabeça para baixo no topo de um desfiladeiro onde morreu congelada. Um inglês residente há duas décadas relatou ter visto inúmeras mutilações e extirpações de olhos (…).113

E como Robert W. Ford, um dos poucos ocidentais residentes no Tibete durante os anos 1940, escreveu:

Vi por todo o Tibete pessoas que foram privadas de uma perna ou braço por causa de roubo (…). As amputações eram realizadas sem antissépticos ou ataduras esterelizadas.114

Essas punições prosseguiram pelos anos 1950, durante o reinado do Décimo Quarto Dalai Lama, sendo que: “A evidência gráfica de mais fácil acesso disponível é de uma tortura pública que pode ser vista na revista Life, com fotos de um açoitamento (entre 200 a 250 chibatadas) que aconteceu bem no meio de Lhasa [onde o Dalai Lama vivia] em 1950.115 E durante suas viagens ao Tibete em 1959, a jornalista americana Anna Louise Stron ouviu um relato após o outro sobre aqueles que morreram pouco depois do açoitamento haver terminado.116

Devemos nos lembrar de que o Décimo Terceiro Dalai Lama era um monge plenamente ordenado com votos de não prejudicar nenhum ser vivo, o que dirá matar. Será que ele se angustiava com sua função de juiz supremo, responsável por punições tão severas e até mesmo execuções infligidas ao seu próprio povo? Seu amigo, Sir Charles Bell, nos fornece o seguinte veredito de condenação: “Ele adorava o trabalho, (…) e ele gostava do poder que o trabalho lhe dava”.117
Escrevendo sobre o Décimo Terceiro Dalai Lama, Bell diz que já no fi de sua vida ele “se tornara cada vez mais autocrático” ao ponto de ninguém mais ousar contrariar suas ordens. “O Dalai Lama era de fato um ditador absoluto, mais, no que diz respeito ao seu próprio país, do que Herr Hitler e Signor Mussolini com respeito aos seus países”.118

As circunstâncias de sua morte estão repletas de intrigas, superstição e suspeita de assassinato, além da influência maligna do oráculo de Nechung, como foi relatado no Capítulo 8. O Dalai Lama ficou gravemente enfermo e desenvolveu uma febre muito alta. O oráculo Nechung foi chamado às pressas uma noite. Enquanto estava em transe:

(…) o médium do oráculo de Nechung deu ao Dalai Lama um remédio em pó. Quando o médium saiu do transe, Jampa-la, o médico pessoal do Dalai Lama, indicou ao médium do oráculo de Nechung que o remédio administrado estava errado. Pouco depois o médium de Nechung deu um segundo remédio de acordo com a prescrição do médico. Mas ambos os remédios não conseguiram melhorar a estado cada vez pior do Dalai Lama.119

Daquele ponto em diante a febre aumentou, o Dalai Lama começou a delirar e morreu no dia seguinte. Muitos relatos da época dizem que ele morreu com raiva.120 Alguns suspeitam de assassinato e da possibilidade de envenenamento, outros creem que o oráculo de Nechung cometeu um erro. Todos os que estavam presentes, inclusive o médium do oráculo, foram interrogados. O oráculo caiu em descrédito e o médico do Dalai Lama foi a princípio aprisionado e depois mandado para o exílio.121

Essas foram as penosas circunstâncias nas quais o “Grande Décimo Terceiro” deixou este mundo em 1933. Em breve a procura por seu sucessor reencarnado começaria.